Nós sempre trabalhamos “para os donos” e “a favor da empresa”. Sempre!
Quando de nossa reunião mensal, após o fechamento dos dados do mês, o (s) dono (s) resolve (m) colocar na reunião seus principais executivos, a consultoria não funciona. Ou, caso funcione, é do tipo vai-e-volta. Dá-se dois passos para frente, e um para trás. E a coisa vai andando meio capenga, com os resultados demorando a acontecer.
Também pudera! O “financeiro” vê o consultor como um rival – vai que o consultor descubra falhas ou atalhos que eu não vi, ou – vai que o “patrão” me diga – mas isso que o consultor está mostrando, não seria você, “financeiro” que teria que ter me alertado antes? Pronto – o consultor vira o “inimigo”.
O “comercial” descobre que está vendendo os produtos com prejuízo e que está dando um “by-pass” na área de crédito, vendendo para clientes que não mereciam o crédito. Ou então chega à conclusão de que, com os novos preços, dificilmente vai conseguir atingir as suas metas. Pronto – o consultor vira o “inimigo”.
O “industrial” descobre que está trabalhando com um nível de estoques muito alto, gerando muitas perdas e onerando os custos com excesso de horas-extras. Ou descobre que aquilo que ele achava que era muito lucrativo, usando 100% das horas-máquinas disponíveis, e o consultor mostra para ele que uma fábrica lucrativa tem que trabalhar com alguma ociosidade, senão o “gargalo” vai estar sempre entupido e, pronto – o consultor vira o “inimigo”.
O gerente de “informática” descobre que não está tirando do sistema uma série de dados e relatórios que poderiam ser gerados e dar uma gama de informações importantes para a gestão da empresa. Pronto – o consultor vira o “inimigo”.
Por essas e outras é que o trabalho de consultoria funciona sempre melhor quando a reunião é feita exclusivamente com o dono. Muitas vezes, está na própria solução do problema o mandar embora algum dos gerentes. E aí como é que fica?
Quando a empresa tem uma equipe profissional, o consultor vai seguir a orientação do Conselho de Acionistas, mas sempre enfatizando que o participante das reuniões deve ser o executivo número 1.
Já tivemos clientes que o dono nos colocou para trabalhar direto com os membros da Diretoria e “sem a presença dele”. É claro que essa “delegação” não fez a empresa sair do lugar, porque, afinal, o “consultor é o inimigo”!