Essa é uma pergunta que frequentemente nos fazem. E a resposta invariavelmente não agrada aos empresários. Em primeiro lugar, todo e qualquer método de avaliação da empresa, seja pelo resultado de caixa, como fazemos, seja pelo método de “valuation” onde se define multiplicadores de EBITDA, ou por valor residual ou mesmo múltiplos de mercado, a exigência básica é que a empresa tenha lucros!
O lucro líquido pode ser negativo, mas ela tem que ter o EBITDA – que é a sigla para “earnings before interest, taxes, depreciation and amortization” – ou em português – “lucros antes dos juros, impostos, depreciação e amortização” – positivo, senão como o investidor vai conseguir retorno sobre o seu investimento?
Já vimos casos nos quais a compra da empresa se deu única e exclusivamente como “compra de mercado”, ou seja, a empresa é deficitária, mas a compradora, geralmente uma empresa de fora, tem interesse em entrar no país e prefere comprar um negócio já atuante no mercado que ela opera no exterior, a começar tudo do zero. Isso acontece no Brasil também devido à grande burocracia que torna demoradas e onerosas uma série de licenças, alvarás e autorizações diversas para que se comece a operar.
No entanto, se a empresa não tem lucros, e ainda carrega uma série de passivos com bancos e o fisco, muitas das vezes o empresário tem que entregar a sua empresa “por um dólar”, como é praxe no mercado americano. E aí ele não aceita.
Caímos novamente no caso clássico – se o empresário quer efetuar uma venda a um bom valor, tem que fazer antes a “lição de casa”.