É conhecida a história que a média não quer dizer muita coisa. Um dos exemplos usualmente dados é o de um adulto que se afogou num lago de profundidade “média” de 80 cm. Basta ele não saber nadar direito e estar num trecho do lago onde a profundidade local é de 5 metros. O lago continua com 80 cm de média de profundidade, mas ele, com 1,80 m de altura, morreu afogado!
Pode-se ter vários outros exemplos que também mostrem fraqueza da média.
Por exemplo, podem ter dois alunos que passaram de ano com a média 5,0; avaliada em três provas ao longo do semestre. O primeiro teve notas sequenciais zero, cinco e dez nas provas e o segundo teve notas dez, cinco e zero. Ambos passaram de ano mas o primeiro mostrou uma melhora crescente de aprendizagem, enquanto o segundo mostrou o contrário. Ambos passaram mas o segundo terá certamente mais dificuldade de acompanhar o curso no ano seguinte.
Mas o que podemos falar das médias nos custos?
Aqui a coisa é diferente!
É diferente porque as “médias” de gastos fixos tendem a se repetir. Isto significa que você precisa atingir a média histórica, ou você não consegue pagar as suas contas!
Na primeira página deste nosso site nós dizemos: custos são uma opinião, mas dinheiro em caixa é um fato!
Nos sistemas tradicionais de custos, que usam rateios e sistemas de absorção, chega-se a um custo e a um preço de venda relativo a esse custo. Mas quem garante que na média, a soma dos resultados individuais de lucro de cada produto, chegará à média de gastos necessária para pagar as contas da empresa?
Falando de uma maneira simplificada. Nos últimos 12 meses, para cada 100 reais de faturamento, a empresa gastou 40 reais de custo fixo. Essa “média” de 40 sobre 100 – 40% –, tem que ser igual ou menor a soma da margem de contribuição, em valores, de cada um dos produtos. Se você trabalha com rateios, só no final do mês é que você “vai saber se deu certo”, ou seja, se a soma das margens de todos os produtos vendidos deu o valor necessário para o pagamento das contas do mês. É quase como uma loteria. Se você estimou certo os volumes individuais de venda de cada item, e conseguiu alocar com perfeição cada uma das centenas de despesas e gastos de fabricação, pode ser que no final dê certo, mas a chance é bem pequena. Muito pequena!
Nós não trabalhamos com rateios, e portanto alocamos ao produto a proporção exata de custos – custos fixos inclusos! – que precisa ser “paga” por cada um dos produtos.
Isso não impede que tenhamos faixas diversas de margem de contribuição para cada produto, mas sempre que tivermos mais de uma faixa de margem alocada, necessitaremos de informações individualizadas sobre cada produto, diferenciado em relação ao volume mensal de vendas e faturamento. Poderemos ter quantas faixas de margem quisermos, mas manteremos um controle em separado para garantirmos que a ‘média da margem’ necessária seja atingida.
Conclusão: embora a média deixe a desejar numa série de análises, para o cálculo dos custos ela é fundamental, pois sem ela ‘voaremos sem instrumentos’.