No último ano a empresa teve prejuízo. E sabemos com que preços ela trabalhou. Para que o ano passado tivesse tido lucro, a que nível de preços ela teria que ter trabalhado?
Ao fazermos essa análise, e encontrarmos um parâmetro de “base de projeção futura”, podemos determinar qual o preço que a empresa tem que trabalhar “a partir de agora” para não incorrer novamente em prejuízos.
Muitas vezes esse preço está acima do que o mercado está disposto a pagar. Aí temos como fazer as contas de cortes, ou de melhorias, que a empresa tem que fazer, para que o preço que o mercado está disposto a pagar, lhe seja lucrativo. E quando dizemos que o nosso preço de corte é preciso é porque estamos trabalhando em cima da base histórica dos últimos 12 meses e parametrizando-a para o lucro.
A cada mês que passa vamos “movendo a média móvel anual” colocando o mês corrente e tirando um lá de trás para mantermos sempre uma análise dos últimos 12 meses, corrigida. Isso nos dá a certeza de que esse preço “paga as contas da empresa”. Nos sistemas com base em rateio, por mais que tomemos o cuidado de considerarmos todas as variáveis envolvidas, nunca poderemos saber com certeza se o preço que chegamos é suficiente para se pagar todas as contas da empresa.
E isso vale para qualquer sistema de custos, seja o Direto, por Absorção, RKW, ABC ou qualquer outro híbrido. Teve algum rateio, teve alguma decisão ou escolha que pode estar errada. Nos sistemas tradicionais você deve sempre fazer uma análise a posteriori, sobre as variâncias que houveram, seja em relação aos volumes ou aos custos orçados.
Como o nosso parâmetro é o caixa da empresa, e é ele que nos serve de base para o cálculo dos preços, a conta sempre tende a fechar. Vamos discutir um pouco mais esse assunto num artigo específico sobre quais os objetivos que a empresa tem que correr atrás todo mês, para manter-se lucrativa.
Se um preço é um “preço de corte” vender abaixo dele sempre se estará indo em direção ao prejuízo.