Existe o custo contábil. Ele segue regras definidas por legislação, e serve para a escrituração fiscal e a valorização dos estoques. Mas não é muito prático para a gestão do dia-a-dia, mesmo porque a visão do ‘caixa’ da empresa entra em severo conflito com as regras de uma contabilidade de custos ‘legal’. Vou dar um exemplo. Como o custo contábil é usado para se valorizar os estoques, a empresa ter o dinheiro em caixa, ou o dinheiro todo jogado nos estoques é a mesma coisa em relação ao resultado contábil. Mas se foi comprada matéria prima demais, e toda ela processada, e as vendas foram insuficientes para desovar o estoque, pelo resultado contábil, a empresa não foi afetada, pois tanto a conta estoque quanto a conta caixa fazem parte do mesmo grupo de ‘Ativo’. Mas o caixa está zerado, não há duplicatas a receber pois não houve vendas suficientes, e as contas de fornecedores estão batendo na porta uma após a outra. Ou seja, contabilmente a empresa está equilibrada, mas em termos de caixa está em uma situação complicada. Esse é um dos motivos pelos quais o custo contábil não é o instrumento mais adequado para a gestão do dia-a-dia da empresa. E existe o custo gerencial. Ele não precisa seguir nenhuma legislação e deve ser o mais eficiente possível para determinar as ações que a empresa deve seguir para maximizar o seu resultado financeiro. Do ponto de vista gerencial, portanto, um sistema de custos – e aqui usamos a palavra ‘sistema de custos’ como igual à palavra ‘método de custos’ – deve servir para dar parâmetros para a empresa ser gerenciada. Mas para que é usado primordialmente um custo de produto ou serviço, levantado? – É usado para a definição do preço de venda! Então observe que se o empresário tivesse outro modo de chegar no preço, um custeio de produtos não serviria para nada! Em outras palavras, não é o ‘custo’ que importa, é o ‘preço certo’! E a busca por se chegar a esse ‘preço certo’ é que deve ser o objetivo da gestão da empresa.
Autor: Otávio Volpe
https://www.volpeeassali.com.brEngenheiro de Produção formado pela Escola Politécnica da USP em 1976, com Pós Graduação em Administração de Empresas, com concentração em Finanças na FEA/USP entre 1978/80.Trabalhou por 11 anos nos bancos Itaú, BFB e Boston principalmente com modelagem de rentabilidade de operações e, a partir de 1990, passou a atuar em indústrias, onde se iniciou a concepção do sistema de custos CVC – custeio variável de caixa. Trabalhou em diversas indústrias familiares de variados setores, na área financeira delas, e, a partir de 2000, como consultor na empresa Volpe & Assali Consultores Ltda.